sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O que são sustenidos e bemóis?

Sustenido e Bemol são como sobrenomes ou segundos nomes que damos à algumas notas para diferenciá-las de outras que tem o mesmo nome. Imagine dois indivíduos, João e João Gabriel, que apesar de terem o mesmo nome são pessoas diferentes.

Em nossa cultura ("ocidental") costumamos fazer música com 12 notas, e não apenas com as 7 da escala natural (Do, Re, Mi, Fa, Sol, La e Si). As outras 5 tem o mesmo nome de algumas destas sete porém acompanhadas dos símbolos # (de sustenido) ou b (de bemol), dependendo da ocasião.

Mas onde estão de fato estes sustenidos e bemóis? Estão "entre" algumas das 7 naturais. No piano, por exemplo, tecla preta que está logo após o Do é chamada de Do#, a que está logo após o Re é chamada de Re#, e assim por diante. Veja:


As 12 notas postas em ordem crescente de altura (da mais grave para a mais aguda) produzem o que chamamos de escala cromática. Veja:

Do - Do# - Re - Re# - Mi - Fa - Fa# - Sol - Sol# - La - La# - Si

E os bemóis? Estão nos mesmos lugares que os sustenidos. Na verdade, são as mesmas notas, os mesmos sons, apenas com nomes diferentes. A tecla preta que está logo antes do Si é chamada de Sib, a que está logo antes do La é chamada de Lab, e assim por diante. Veja:


Novamente, pondo-as em ordem, obtemos o seguinte:

Do - Reb - Re - Mib - Mi - Fa - Solb - Sol - Lab - La - Sib - Si

Mas afinal como devo chamar a nota que está entre o Fa e o Sol, por exemplo: Fa# ou Solb? Depende. Todas as notas musicais possuem dois ou mais nomes, um para cada ocasião. É como alguém que em casa é chamado pelo nome, mas na escola ou no trabalho é chamado pelo apelido. Em música, estas ocasiões são chamadas de tonalidades... mas isto já é uma outra história.

Agora ouça e compare as escalas natural (7 notas + 8ª) e cromática (12 notas + 8ª) ao som de uma flauta transversal. Repare como as notas da escala cromática são "próximas" umas das outras do que as da escala natural:





Sustenidos e Bemóis em outros instrumentos

No violão os sustenidos estarão uma casa "abaixo" das notas naturais (em direção ao bojo) e os bemóis uma casa "acima" (em direção às tarrachas). Se o La da corda 3, por exemplo, está na casa 2, o La# estará na casa seguinte (casa 3) e o Lab estará na casa anterior (casa 1). Veja:


Lembrando que todos os sustenidos podem ser chamados com outro nome dependendo da ocasião, o La# também pode ser chamado de Sib, já que está uma casa acima do Si, assim como o Lab também pode ser chamado de Sol# por estar uma casa abaixo do Sol, que é obtido tocando esta corda solta. Veja:



Se as teclas do piano possuem a melhor configuração visual para compreendermos onde se encontram os sustenidos e bemóis de cada nota, as casas do violão, por sua vez, fornecem uma melhor compreensão sobre a distância entre as notas musicais. A distância entre quaisquer duas casas consecutivas no violão é de meio tom (semitom).

É que, assim como medimos o espaço em metros, tempo em horas e temperatura em graus, a "distância" entre as notas musicais também pode ser medida. E meio tom é justamente a distância entre quaisquer duas notas consecutivas da escala cromática (aquela que possui todas as 12 notas ordenadas por altura).

Um outro instrumento que tem uma maneira bem diferente de produzir os sustenidos e bemóis é a harmônica cromática. Na harmônica cromática os furos, ora soprados, ora aspirados, produzem as notas naturais. Com a chave pressionada todas as notas, sopradas ou aspiradas, ficam meio tom mais agudas, produzindo os sustenidos que precisarmos. Veja:

 

Mas onde mesmo ficam os bemóis na harmônica cromática? Não esqueça que os bemóis estão nos mesmos lugares que os sustenidos. Ou melhor, são as mesmas notas, os mesmos sons, porém com nomes diferentes. Então para produzir um Solb, é só lembrar que ele está no mesmo lugar do Fa#, aspirando os furos 2, 6 ou 10 com a chave pressionada.

 

Concluindo, o mais importante neste momento é memorizar que, na nossa cultura, Do# e Reb tem o mesmo som, assim como Re# e Mib, Fa# e Solb, Sol# e Lab, e por fim La# e Sib. Com isso em mente você será mais capaz de encontrar todos os sustenidos e bemóis em quaisquer outros instrumentos musicais.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Quem vem depois de quem


Esta brincadeira é uma parlenda com jogo de mãos ao estilo de passa-manteiga, que trabalha o automatismo dos nomes de notas musicais e suas posições uma em relação à outra por ordem de altura. Para jogarem, os participantes devem estar posicionados em roda com as palmas das mãos viradas para cima e com a esquerda por cima da direita do colega ao lado. Então todos cantam juntos o refrão passando as palmas como na brincadeira passa-manteiga (batendo a sua mão direita na mão direita do colega que estará por cima da sua mão esquerda, em sequencia, rodando em sentido horário).


O aluno que receber o tapa na mão ao final do refrão (quando cantamos "tem") deverá dizer o nome de qualquer nota ao mesmo tempo em que bate com a mão direita na mão direita do próximo, que estará à sua esquerda. Este por sua vez fará o mesmo com o participante ao lado, dizendo o nome da próxima nota em ordem crescente de altura.

Saem do jogo 1) aqueles que erram a ordem (dizendo a nota errada), ou 2) aqueles que recebem o tapa e falam junto com quem está batendo, ou ainda 3) aqueles que batem a palma sem concomitantemente falar o nome da nota seguinte.

Ao final, quando restarem apenas dois, uma mão de cada participante bastará para trocarem palmas (um batendo de cima pra baixo e outro recebendo com a palma virada pra cima). Se não errarem após 3 oitavas (a partir da primeira nota dita), os dois últimos empatam.




Observações: 1) As notas musicais devem ser ditas pelos participantes em um pulso regular e quanto mais rápido for o antamento instituído mais será exigido, obviamente, do reflexo e do raciocínio dos participantes. 2) Quando não convir tirar aqueles que errarem (quando houverem poucos participantes por exemplo), o professor pode estabelecer um placar de erros, onde quem terminar com menos erros vence.


Variação nº1 (quem vem "antes" de quem): rodando ao contrário (sentido anti-horário) com as mãos invertidas (esquerda por cima), os participantes dizem os nomes das notas em ordem decrescente de altura.

Variação nº2 (escalas): os participantes deverão estipular uma tonalidade e realizar a escala (sequência de notas) com as alterações (sustenidos ou bemóis) que forem devidas.