sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O que são sustenidos e bemóis?

Sustenido e Bemol são como sobrenomes ou segundos nomes que damos à algumas notas para diferenciá-las de outras que tem o mesmo nome. Imagine dois indivíduos, João e João Gabriel, que apesar de terem o mesmo nome são pessoas diferentes.

Em nossa cultura ("ocidental") costumamos fazer música com 12 notas, e não apenas com as 7 da escala natural (Do, Re, Mi, Fa, Sol, La e Si). As outras 5 tem o mesmo nome de algumas destas sete porém acompanhadas dos símbolos # (de sustenido) ou b (de bemol), dependendo da ocasião.

Mas onde estão de fato estes sustenidos e bemóis? Estão "entre" algumas das 7 naturais. No piano, por exemplo, tecla preta que está logo após o Do é chamada de Do#, a que está logo após o Re é chamada de Re#, e assim por diante. Veja:


As 12 notas postas em ordem crescente de altura (da mais grave para a mais aguda) produzem o que chamamos de escala cromática. Veja:

Do - Do# - Re - Re# - Mi - Fa - Fa# - Sol - Sol# - La - La# - Si

E os bemóis? Estão nos mesmos lugares que os sustenidos. Na verdade, são as mesmas notas, os mesmos sons, apenas com nomes diferentes. A tecla preta que está logo antes do Si é chamada de Sib, a que está logo antes do La é chamada de Lab, e assim por diante. Veja:


Novamente, pondo-as em ordem, obtemos o seguinte:

Do - Reb - Re - Mib - Mi - Fa - Solb - Sol - Lab - La - Sib - Si

Mas afinal como devo chamar a nota que está entre o Fa e o Sol, por exemplo: Fa# ou Solb? Depende. Todas as notas musicais possuem dois ou mais nomes, um para cada ocasião. É como alguém que em casa é chamado pelo nome, mas na escola ou no trabalho é chamado pelo apelido. Em música, estas ocasiões são chamadas de tonalidades... mas isto já é uma outra história.

Agora ouça e compare as escalas natural (7 notas + 8ª) e cromática (12 notas + 8ª) ao som de uma flauta transversal. Repare como as notas da escala cromática são "próximas" umas das outras do que as da escala natural:





Sustenidos e Bemóis em outros instrumentos

No violão os sustenidos estarão uma casa "abaixo" das notas naturais (em direção ao bojo) e os bemóis uma casa "acima" (em direção às tarrachas). Se o La da corda 3, por exemplo, está na casa 2, o La# estará na casa seguinte (casa 3) e o Lab estará na casa anterior (casa 1). Veja:


Lembrando que todos os sustenidos podem ser chamados com outro nome dependendo da ocasião, o La# também pode ser chamado de Sib, já que está uma casa acima do Si, assim como o Lab também pode ser chamado de Sol# por estar uma casa abaixo do Sol, que é obtido tocando esta corda solta. Veja:



Se as teclas do piano possuem a melhor configuração visual para compreendermos onde se encontram os sustenidos e bemóis de cada nota, as casas do violão, por sua vez, fornecem uma melhor compreensão sobre a distância entre as notas musicais. A distância entre quaisquer duas casas consecutivas no violão é de meio tom (semitom).

É que, assim como medimos o espaço em metros, tempo em horas e temperatura em graus, a "distância" entre as notas musicais também pode ser medida. E meio tom é justamente a distância entre quaisquer duas notas consecutivas da escala cromática (aquela que possui todas as 12 notas ordenadas por altura).

Um outro instrumento que tem uma maneira bem diferente de produzir os sustenidos e bemóis é a harmônica cromática. Na harmônica cromática os furos, ora soprados, ora aspirados, produzem as notas naturais. Com a chave pressionada todas as notas, sopradas ou aspiradas, ficam meio tom mais agudas, produzindo os sustenidos que precisarmos. Veja:

 

Mas onde mesmo ficam os bemóis na harmônica cromática? Não esqueça que os bemóis estão nos mesmos lugares que os sustenidos. Ou melhor, são as mesmas notas, os mesmos sons, porém com nomes diferentes. Então para produzir um Solb, é só lembrar que ele está no mesmo lugar do Fa#, aspirando os furos 2, 6 ou 10 com a chave pressionada.

 

Concluindo, o mais importante neste momento é memorizar que, na nossa cultura, Do# e Reb tem o mesmo som, assim como Re# e Mib, Fa# e Solb, Sol# e Lab, e por fim La# e Sib. Com isso em mente você será mais capaz de encontrar todos os sustenidos e bemóis em quaisquer outros instrumentos musicais.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Quem vem depois de quem


Esta brincadeira é uma parlenda com jogo de mãos ao estilo de passa-manteiga, que trabalha o automatismo dos nomes de notas musicais e suas posições uma em relação à outra por ordem de altura. Para jogarem, os participantes devem estar posicionados em roda com as palmas das mãos viradas para cima e com a esquerda por cima da direita do colega ao lado. Então todos cantam juntos o refrão passando as palmas como na brincadeira passa-manteiga (batendo a sua mão direita na mão direita do colega que estará por cima da sua mão esquerda, em sequencia, rodando em sentido horário).


O aluno que receber o tapa na mão ao final do refrão (quando cantamos "tem") deverá dizer o nome de qualquer nota ao mesmo tempo em que bate com a mão direita na mão direita do próximo, que estará à sua esquerda. Este por sua vez fará o mesmo com o participante ao lado, dizendo o nome da próxima nota em ordem crescente de altura.

Saem do jogo 1) aqueles que erram a ordem (dizendo a nota errada), ou 2) aqueles que recebem o tapa e falam junto com quem está batendo, ou ainda 3) aqueles que batem a palma sem concomitantemente falar o nome da nota seguinte.

Ao final, quando restarem apenas dois, uma mão de cada participante bastará para trocarem palmas (um batendo de cima pra baixo e outro recebendo com a palma virada pra cima). Se não errarem após 3 oitavas (a partir da primeira nota dita), os dois últimos empatam.




Observações: 1) As notas musicais devem ser ditas pelos participantes em um pulso regular e quanto mais rápido for o antamento instituído mais será exigido, obviamente, do reflexo e do raciocínio dos participantes. 2) Quando não convir tirar aqueles que errarem (quando houverem poucos participantes por exemplo), o professor pode estabelecer um placar de erros, onde quem terminar com menos erros vence.


Variação nº1 (quem vem "antes" de quem): rodando ao contrário (sentido anti-horário) com as mãos invertidas (esquerda por cima), os participantes dizem os nomes das notas em ordem decrescente de altura.

Variação nº2 (escalas): os participantes deverão estipular uma tonalidade e realizar a escala (sequência de notas) com as alterações (sustenidos ou bemóis) que forem devidas.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Fessora uma ova! É fessOr!


Não há um dia sequer em que pelo menos um aluno, por força do hábito, não me chame de "fessora...", como também não há um sequer destes lapsos que eu não responda prontamente em tom sério e irônico "Fessora uma ova! É fessor!". Os alunos se divertem tanto com o meu bom humor em lidar com a situação quanto com sua própria falta de controle sobre esta força do hábito. Não pra menos, afinal "a atividade docente [...] é uma ocupação predominantemente feminina" (BRUSCHINI e AMADO, 1988).

Às quintas-feiras leciono música na Escola Municipal de Acuruí, na zona rural de Itabirito-MG. E uma de minhas alunas do 1º ano do ensino fundamental ainda insiste em me chamar de "motorista". O que é hilário, mas perfeitamente compreensível. Afinal, o motorista do escolar era a única referência masculina que ela tinha até então neste ambiente predominantemente coordenado por mulheres professoras, cozinheiras e serventes.

Estas situações, pra mim divertidas, me fizeram também refletir sobre a minha condição de professor homem de crianças em escolas de ensino regular. E por mais argumentos que me sejam apresentados sobre o fato da predominância feminina nesta área ser uma situação culturalmente instituída, fruto da discriminação e da segregação da mulher, não consigo tirar da cabeça que quanto mais tenra a idade dos alunos mais vantagens a mulher tem sobre o homem na gestão de uma turma.

O ser humano é um animal, um mamífero, cuja relação de dependência fisiológica e também afetiva da prole com a fêmea estende-se por muito tempo além do parto. Por consequência, o desenvolvimento emocional e social das crianças sempre foi, em maior parte, função atribuída à mulher. Assim, para a predominância feminina no magistério ainda nos dias de hoje, o argumento "mulher leva mais jeito com crianças" não deveria ser tachado como machista. É apenas óbvio de um ponto de vista antropológico.

Guerra dos sexos à parte, homens e mulheres não são apenas fisiologicamente diferentes. Sem dúvidas a evolução da espécie conferiu a cada gênero diferentes habilidades cognitivas, adequadas às funções que normalmente exerceram ao longo da história. Não significa dizer apenas que um gênero é mais inteligente que outro nisso ou naquilo, mas reconhecer que ambos são potencialmente capazes de chegar aos mesmos resultados, porém por caminhos cognitivos diferentes.

Com isso em mente, lanço no ar a seguinte pergunta: que vantagens e desvantagens o homem costuma ter em relação à mulher no ofício de professor de crianças no ensino básico?

BRUSCHINI, Cristina e AMADO, Tina. Estudos sobre mulher e educação: algumas questões sobre o magistério. In: Cadernos de Pesquisa, nº 64, São Paulo, p.4-13, fev/1988.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Batalha de labirintos na lousa interativa



A atividade do Labirinto Musical consiste em descobrir e traçar o caminho de uma extremidade à outra, através dos nomes das notas musicais, em ordem crescente ou decrescente de graus conjuntos. Trata-se de exercitar o automatismo dos nomes das notas musicais e de suas posições, uma em relação à outra. Elaborei-a há pouco mais de um ano (em meados de 2014), já com diversos níveis e acrescentei a cada Labirinto uma figura para colorir, tal como nos exemplos que se seguem:


A ideia de associar as figuras foi uma solução simples para alguns problemas bastante previsíveis, como a necessidade de despertar mais o interesse dos alunos na atividade e consequentemente no comprometimento destes em caprichá-la, deixá-la bonita. Além disso, auxilia bastante o professorem administrar melhor o tempo que diferentes alunos levam para realizar o labirinto (em outras palavras, serve de distração para os alunos que forem terminando o labirinto e não ficarem atoa enquanto outros não terminam).

No entanto, com o passar do tempo, reparei que enquanto alguns alunos apresentavam maior expectativa com o desenho a ser colorido, outros entusiasmavam-se tanto com o labirinto em si, que dispensavam o desenho ou coloriam-no de qualquer jeito, terminando a tarefa em até menos de 5 minutos para que eu logo lhes desse outra. Mas como esta é uma atividade que venho realizando em turmas do 1º ao 5 º ano do ensino fundamental, o volume de impressões que eu preciso ter à mão começou a tornar-se um inconveniente.

Buscando solucionar este problema, deparei-me na internet com esta ideia de colocar as folhas dentro de um plástico protetor para pastas catálogo onde os alunos poderiam realizá-las diversas vezes com pincéis atômicos (figura a baixo). Funciona bem para turmas pequenas, mas a economia com as folhas seria bem menor que o gasto com os pincéis (mesmo os recarregáveis) que seriam usados em várias turmas com 20 a 30 alunos cada.


Esta semana experimentei realizar o Labirinto Musical na lousa interativa. O retorno foi bastante positivo por parte dos alunos. Enquanto um ou dois de cada vez realizavam a atividade no quadro o restante da turma traçava o caminho visualmente corrigindo ou antecipando o traçado dos participantes. O clima de disputa para ver quem realizava o labirinto primeiro apimentou bastante a atividade e criou expectativa, transformando alunos alheios e desatentos em expectadores, que logo transformaram-se em torcedores.


Para realizar a Batalha, abra duas janelas independentes (uma com o arquivo original e outra com uma cópia). Com os participantes inicialmente virados de costas para a lousa, você pode selecionar os labirintos às vistas de todos, o que gera bastante a ansiedade e a expectativa dos participantes a partir das reações da "torcida" com comentários do tipo "Nossa! Agora é nível 4! Vai ser mais difícil!" Depois é só dar a largada e se divertir com seus alunos...



Caso você (professor) não tenha acesso à uma lousa interativa apenas baixe o arquivo PDF a seguir e projete-o no quadro branco.

sábado, 2 de maio de 2015

Atividades em Folha


A obrigatoriedade do ensino de música nas escolas de educação básica abriu muitas portas para nós, profissionais especializados nesta área. Mas também nos impôs milhares de desafios; alguns relacionados à nossa formação, outros relacionados às condições de trabalho, outros ainda (muito mais sérios na minha opinião) relacionados ao público a que servimos. Refiro-me aqui às últimas gerações de crianças que, vivendo em um mundo cada vez mais tecnológico, informatizado, dinâmico, e ao mesmo tempo caótico, antissocial e doente, têm crescido cada vez mais ansiosas, impacientes, indisciplinadas e principalmente individualistas.

Diante desta situação, a prática docente tem se mostrado um desafio muito maior do que jamais deva ter sido. E toda aquela filosofia da educação musical que durante anos pleiteou um ensino de música mais lúdico, menos técnico, mais musical, etcétera e tal, simplesmente não cabe à muitos (quiçá à maioria de) contextos escolares que nos são apresentados hoje em dia (sejam eles de iniciativa privada ou pública). De vez em quando sim. Mas não no cotidiano, no trabalho continuado semana a semana, que exige muitos momentos de dedicação quase que exclusiva à gestão da (in)disciplina em sala de aula. E o que fazer, nestes momentos sem necessariamente deixar de musicalizar ou, pelo menos, ministrar os conteúdos de música?

No ano de 2014 dediquei boa parte da minha prática docente à pesquisa e elaboração de jogos pedagógicos em música, e por falta de experiência com relação à gestão das aulas (e das salas de aula) criou-se para muitas turmas uma expectativa de aula de música como uma aula onde os alunos podem "brincar" (que era de fato o que fazíamos quando os jogos em suas propostas eram bem sucedidos). Mas foi natural que os alunos começassem a associar minhas aulas como um momento de pura diversão, descontração, o que é muito bom. Mas para uma criança estes são conceitos muito próximos do que nós professores entendemos por "bagunça".

Por isso, atividades em folha realizadas em dupla ou individualmente tem se mostrado uma boa alternativa (ao menos para a minha prática docente em particular). Pois lembram os alunos que, na Escola, Música é apenas mais uma disciplina (afinal, não fomos nós professores de música que fizemos questão de enquadrar a música no currículo escolar?). E esta não é uma visão derrotista, diga-se de passagem, pois a música ainda pode ser a disciplina mais divertida. Mas para que isso aconteça é necessário que os alunos apresentem um "bom comportamento". E por bom comportamento entenda-se principalmente: "respeitar o professor bem como os colegas em suas opiniões e formas de se expressar musicalmente, fazendo silêncio quando estiverem falando, cantando ou tocando algo".

Enfim, são tantos os desafios da docência (e em especial da docência em música), que quando não há mínimas condições de se fazer um trabalho verdadeiramente musical, com os alunos criando e executando músicas, o "papel" pode ser uma das únicas alternativas. Além disso, enquanto realizam atividades assim, os alunos são obrigados a desviar por alguns minutos ou segundos a atenção que dedicam aos colegas da sala para a folha que está em sua frente. E este pode ser exatamente o tempo que o professor precisa para trocar alguns alunos de lugar, para estabelecer algum combinado com a turma, que estará, possivelmente, mais silenciosa, mais atenta e menos estressada, se considerarmos o potencial terapêutico de atividades que envolvem o "colorir".

Seguem exemplos voltados para diferentes fases da educação básica e com vários propósitos, como por exemplo auxiliar na alfabetização, na coordenação motora, na compreensão de paisagens sonoras, na compreensão do pulso musical, do parâmetro da duração através da dualidade curto/longo, no automatismo dos nomes de nota bem como de suas posições uma em relação à outra, conhecimento da notação tradicional de música, na compreensão do parâmetro das alturas pela dualidade grave/agudo e pela noção de direcionalidade sonora, na compreensão da forma musical e etc.



Áudios das atividades "Grave, Médio e Agudo" e "Maria Fumaça".

Veja também: Pinte as teclas pretasLabirinto Musical, Meu ritmo de 8 tempos.


quarta-feira, 4 de março de 2015

Acelerador de Partículas Musicais


Este é um jogo de tabuleiro, cujo objetivo pedagógico é estimular através da leitura e da memória fotográfica a automatização do nome e da posição das notas musicais [uma em relação à outra] nos dois sentidos da escala [crescente e decrescente], bem como a distância real entre elas [medida em tons e semitons].

Jogam dois jogadores por tabuleiro, que devem lançar suas partículas (botões de costura coloridos) circulando em direções opostas para chocarem-se e desintegrarem-se umas as outras. Partículas Crescentes circulam no sentido horário, e as Decrescentes no sentido anti-horário. A quantidade de casas percorridas por cada partícula é determinada pelo sorteio com palitos, em cuja umas das faces escrevemos Tom (duas casas) e na outra Semitom (uma casa). Após sortearem a quantidade de casas, os jogadores devem mover suas partículas pelo acelerador ao mesmo tempo.

Ao colidirem (ou seja, pararem em uma mesma casa), a partícula que tiver percorrido a menor distância sorteada pelo(s) palito(s) é desintegrada, enquanto a outra continua percorrendo o acelerador (a partir da casa onde houve a colisão). Se as duas partículas colidirem tendo percorrido a mesma distância, ambas são desintegradas. Vence o jogador que sobreviver com o maior número de partículas ao final.


Palitos de Sorteio (Som & Silêncio)



Os palitos de Som & Silêncio funcionam como uma ferramenta de sorteio (como dados, moedas, ou mesmo os dedos das mãos em pedra, papel ou tesoura). O que difere esta de outras ferramentas de sorteio é o fato de que elas foram especialmente idealizadas para gerar resultados rítmicos nas mais variadas métricas que podemos obter com até 8 pulsos (palitos).

Para jogar, escolha uma quantidade de pulsos (de 1 à 3, de 1 à 4, de 1 à 8, etc.). Agrupe os palitos na mão e solte-os a uma certa distância de uma superfície plana, de forma que atinjam-na em pé e caiam deitados (como na figura acima). Os palitos que caírem com os números virados para cima representarão pulsos de som, e os que caírem com os números virados para baixo representarão os pulsos de silêncio.

A seguir, algumas sugestões de jogo:

Contagem: Organize uma roda com jogadores individuais, duplas ou grupos para uma competição. Cada jogador, dupla ou grupo deverá sortear um padrão rítmico de sons e silêncios com os palitos e, após organizá-los, deverá abrir uma contagem inicial ("um, dois, três e...") para então contar em voz alta os palitos que estiverem viradas para cima, e em silêncio os que estiverem viradas para baixo. Realizando corretamente a contagem de pulsos de sons e silêncios por pelo menos 4 vezes consecutivas e ininterruptas, o jogador (ou grupo) pontua a quantidade de palitos multiplicada por 3. Ao deixar escapar uma contagem em voz alta de algum palito que estiver com o número virado para baixo, o jogador (ou grupo) tem mais duas chances. Caso acerte na segunda chance, a quantidade de palitos é multiplicada por 2. Acertando na terceira e última chance a quantidade de pontos equivale apenas à quantidade de palitos.

Palma-Erra ou Palma-Dedo: A primeira variação do jogo consiste na substituição da contagem por palmas, que deverão ser tocadas em cada palito que cair com o número virado para cima, e "erra" (mãos que se cruzam sem bater palmas) ou "dedo" (tocar a palma de uma mão com a ponta do dedo indicador da outra) a cada palito que cair com o número virado para baixo. A contagem dos pontos segue a mesma lógica da versão anterior. Nesta variação do jogo os movimentos de "erra" ou de "dedo" servem não apenas para os jogadores contarem os pulsos de silêncio, mas para que os perceberem de fato, visual e cinestesicamente. A partir desta variação os jogadores podem jogar com até 16 palitos, e sortear com um dado o número de vezes a repetir cada sequência de palitos.

Adivinhe a combinação: A segunda variação do jogo (e a mais divertida na minha opinião), trabalha também a percepção auditiva dos participantes e deve ser realizada preferencialmente em grupo. São necessários dois jogos de até 8 palitos cada (um para o grupo desafiante e outro para o grupo desafiado). Após organizados dois grandes grupos, o grupo desafiante elabora uma sequência de palma-dedo com os palitos de sorteio (de 4 a 8 palitos) e um dos participantes a executa após uma contagem inicial ("um, dois, três e...") enquanto os outros formam uma parede humana, para que o grupo desafiado não consiga ver, apenas escutar. O desafiado pode pedir que o desafiante execute a sequência por mais duas vezes (totalizando um máximo de 3 chances). O grupo desafiado ganha um ponto se acertar a sequência de palitos do desafiante e o desafiante ganha um ponto se o desafiado errá-la.

Mais adiante, esta ferramenta de sorteio pode ser usada em outros jogos combinando os ritmos sorteados à sequências de notas musicais (alturas), para formar melodias aleatórias. Neste nível os jogadores exercitam a coordenação motora diretamente em um instrumento, além da inteligência musical de um modo geral ao relacionar os dois parâmetros (altura e duração) de uma só vez.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Pinte as teclas pretas



Esta atividade é orientada para alunos a partir do 2º ano (ou 1ª série), e visa trabalhar o automatismo dos nomes de notas e suas posições uma em relação à outra através da figura de um teclado. Implicitamente os alunos podem também assimilar a posição dos sustenidos e bemóis para mais tarde compreendê-los em uma atividade especialmente voltada para o assunto.

Os alunos podem colorir as teclas com uma só cor, ou agrupamentos de duas com uma cor e agrupamento de três com outra, ou ainda colorir livremente (mas apenas as teclas pretas). Após realizarem a atividade, o professor pode recortar as tirinhas com os teclados coloridos e cabeçalhos preenchidos pelos alunos, e colá-las em uma cartolina para exposição, na sala ou nos corredores da escola.


Meu ritmo de 8 tempos



Esta é uma atividade orientada para turmas a partir do 3º ano [faixa etária: 8+], que envolve as noções de som versus silêncio, e os conceitos de grave, médio e agudo, através da percussão corporal. Por isso, envolve também o desenvolvimento da coordenação motora de mãos e pés. Os alunos precisarão de lápis de colorir, tesoura e cola. Ao final, os trabalhos podem ser reunidos em uma ou mais cartolinas, para exposição (em sala ou nos corredores da escola).

1) Recorte cada figurinha e cada faixa para os alunos previamente para que eles possam utilizar um tempo da aula criando e tocando os ritmos. Inicialmente cada aluno receberá um conjunto com 16 figurinhas (4 de cada), o que significa que cada uma das duas paginas a seguir fornecerá material para 3 alunos.

2) Oriente seus alunos a colorir as figurinhas com um colorido bem bonito. ATENÇÃO: as figuras iguais devem ser coloridas com as mesmas cores (à escolha do aluno), para facilitar a leitura e a execução do seu ritmo. Todas devem ser coloridas, pois ao final eles poderão ficar com as restantes para brincar de “bafão” (ou “tapão”).

3) Conforme forem terminando, os alunos deverão combinar suas figurinhas para formar um ritmo interessante contendo 8 tempos, dentre timbres corporais e/ou silêncios; para então treiná-lo e mostrá-lo ao professor. Cada aluno deverá treinar bastante o seu ritmo até ser capaz de realizá-lo por 4 vezes consecutivas, ininterruptas e em um pulso regular.

4) Após um aluno realizar seu ritmo, o professor deverá registrar a sequência de timbres e silêncios nos quadros de uma faixa e entregá-la ao aluno para que ele possa preencher o cabeçalho e colar as figurinhas na ordem registrada. Oriente os alunos a utilizarem pouca cola [branca] para não enrugarem o papel, além de tomarem cuidado para não borrar o colorido.



quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Tum Tchi Tá


Este jogo trabalha noções de grave, médio e agudo, sequências de timbres corporais, e diferentes métricas (compassos binários, ternários, quaternários, quinários, etc.), de acordo com o número de cartas que os jogadores conseguirem acumular.

OBJETIVO
Montar o ritmo com maior número de cartas. Se, ao final do jogo, houverem jogadores, duplas ou trios com o mesmo número de cartas em sequência, o desempate será definido pela velocidade de execução, cronometrada pelo professor.

NÚMERO DE JOGADORES
de 2 a 4 jogadores, duplas ou trios (até 12 jogadores);

COMO JOGAR
1. Embaralhe as cartas e as disponha sobre a mesa em um único monte com as faces viradas para baixo.
2. Sorteie a ordem dos jogadores, das duplas ou dos trios;
3. Retire a primeira carta do monte para dispô-la sobre a mesa, à sua frente e com a face virada para cima (para que os outros jogadores possam vê-la);
4. Jogue o dado para sortear a quantidade de toques que terá o seu ritmo.
4.1. A duração de cada toque pode coincidir com o pulso ou com suas subdivisões para gerar ritmos diversos ao gosto dos participantes;
4.2. O número de vezes sorteado no dado não vale apenas para a última carta, mas para o ritmo resultante da totalidade de cartas em sequência. Por exemplo: um determinado jogador, dupla ou trio já possui as cartas tum tchi, nesta ordem e obtém da mesa ou (do lixo) outra carta tchi; e se o número sorteado no dado for 3 (três); isto significa que ele deverá realizar a sequência tum tchi tchi por três vezes consecutivas e ininterruptas. Assim: tum tchi tchitum tchi tchitum tchi tchi.
5. Após jogar o dado, cada jogador dupla ou trio tem direito à 10 segundos de treino por carta que possuir na sequência;
6. Se realizar o ritmo corretamente o(s) jogador(es) pode(m) ficar com a carta; se falharem em algum dos critérios de execução, a última carta acrescida à sequência deverá ser devolvida à mesa, com a face virada para cima, em um monte à parte chamado "lixo";
7. Nas rodadas seguintes, as cartas sorteadas deverão ser dispostas uma após a outra no intuito de construir uma sequência de timbres.

CRITÉRIOS DE EXECUÇÃO
1. O ritmo deve ser executado em um pulso regular e ininterruptamente pelo número de vezes que for sorteado pelo dado;
2. As onomatopeias tum, tchi e , servem apenas para facilitar a leitura do ritmo, mas não devem ser verbalizadas em voz alta durante a execução para não sobrepor o som dos timbres corporais;
3. Duplas e trios deverão realizar o toque em uníssono (ao mesmo tempo);

LIXO
As cartas devolvidas à mesa por execuções incorretas deverão ser dispostas no monte chamado "lixo". Os próximos jogadores podem escolher sortear uma carta do monte ou pegar quantas quiser do lixo. As cartas recuperadas do lixo podem ser dispostas em qualquer ordem contanto que estejam após a última carta da sequência.

CARTAS CORINGA
Escolha: permite aos jogadores que a possuírem escolher qual timbre esta carta representará em sua sequência; o timbre escolhido pode ser circulado à lápis na carta se o baralho for produzido em PVC.
+ 1 chance no dado: permite aos jogadores que a possuírem repetir mais uma vez o sorteio do dado caso a quantidade de vezes sorteada na primeira vez não lhes agrade;
Onde quiser: permite ao(s) jogador(es) que a possuir(em) inserir as próximas cartas sorteadas, do monte ou recuperadas do lixo, onde bem entenderem (no ínicio, no final ou entre outras cartas da sequência).

Produza você mesmo o baralho a partir do PDF disponibilizado logo abaixo, em formato A3. Para maior durabilidade você pode imprimir direto em folhas de PVC Laser Branco, com 300 micra de espessura, próprias para a impressão a laser. O material é bem parecido com aquele utilizado para fabricar baralhos profissionais.